domingo, 4 de outubro de 2015

90 minutos de destruição e competitividade do Arsenal

Acabou agora pouco em Londres pela Premier League uma aula de comportamento em jogos grandes. Ironicamente essa apresentação acontece por parte do Arsenal, que tantas vezes pecou em partidas de alta importância. 20 minutos de destruição foram suficientes para vencer o Manchester United. Sobraram ainda 70 de pura competitividade. Van Gaal bem que poderia observar seu rival. Ao United sobra técnica, boas opções, mas falta liga, falta jogar como time. 

Arsenal supera United em 20 minutos (Foto: Getty)

PRIMEIRO TEMPO

A primeira etapa do jogo foi fulminante para os diabos vermelhos. O Arsenal pressionou a saída de bola do adversário desde os primeiros minutos, resultando em dois gols antes dos 7 da primeira etapa. Com a opção de Van Gaal por A. Young na lateral-esquerda, o United perdeu força de marcação e claramente não esperava que três jogadores ficassem na zona onde atuaria Young. Ozil, Ramsey e Bellerin triplicaram os problemas para a defesa, e o primeiro gol vem de forma fácil, com a passagem do lateral do Arsenal e o cruzamento para Sanchez marcar de letra. Golaço.

Opção por Young faz United sofrer desde os primeiros minutos. Sanchez desequilibra no 1x1 com Darmian

As jogadas continuaram a sair pelo lado de Young, só que, não contente em causar o caos de um lado, Wenger também quis incomodar do outro. Darmian, ótimo defensor, sofreu para segurar Alexis e em decorrência disso, saíram mais dois gols. Primeiro, Walcott desequilibra e encontra Ozil livre para deslocar De Gea. Depois, Alexis parte na individualidade para definir: 3 a 0 decretado.

Arsenal faz 3 a 0 e posicionalmente controla ações do Manchester

No cenário ideal, nenhum time perderia fôlego após criar um placar amplo, mas a realidade é quase sempre a mesma. O Arsenal passa, a partir da metade da primeira etapa, a administrar o marcador. Seu desenho clássico reaparece no 4-2-3-1/4-1-4-1. Ramsey esquece um pouco de colar em Bastian e começa a cumprir sua função pela direita. Cazorla muda seu lado e explora sua característica de ser o principal ambidestro do mundo. Ozil, mais a frente, retoma e fecha a zona esquerda junto com Alexis. Defesa fixada e bola com United, que não consegue produzir e abusa dos erros.

SEGUNDO TEMPO

O United voltou diferente para segunda etapa e, na tentativa de posicionalmente ganhar campo, Van Gaal substitui Darmian por Valencia e Memphis por Fellaini. E a estratégia dá certo. O United avança e conta com a pouca vontade de ter a bola do Arsenal, um time talhado para contra-atacar. Mesmo sem a bola e passando a maioria do tempo em seu campo, o Arsenal não foi em nenhum momento realmente pressionado, não passou sustos. Não era dia de United e nem mesmo ter a bola mudou isso.

Mudanças de Van Gaal dão certo e United passa a mandar na partida. No entanto, nada de pressionar Cech

Sem grandes emoções, o segundo tempo pode ser resumido em movimentações para criação de espaço. Sem ser assustado e sem assustar, sobrou ao Arsenal de Wenger controlar a partida de longe, sem ter domínio. Primeiro, a volta do desenho tradicional, assim como aconteceu no primeiro tempo, e depois a opção por espelhar o Manchester, algo que acabou dando certo pois fez os laterais recuarem, deixando assim de ser opção pelos flancos. 

Equipes terminam a partida rigorosamente espelhadas

Sem dúvida foi um belo jogo em todos os sentidos no Emirates. 30 minutos espetaculares do Arsenal e 90 minutos de indecisão do Manchester, que perde uma chance muito grande de buscar a liderança. Resta ao Arsenal saber como serão as atuações nos próximos grandes jogos, calcanhar de aquiles da equipe na última temporada. A competitividade do Arsenal é inegável, assim como é inegável a qualidade técnica do elenco dos diabos vermelhos. Falta ao Manchester aquilo que sobra no Arsenal: competitividade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário